terça-feira, 18 de novembro de 2014

Violência contra a mulher

Essa aula foi realizada no dia 7 de agosto, data em que comemoramos 8 anos da lei Maria da Penha. Nesse encontro, discutimos sobre os principais motivos que ocasionam esse tipo de violência, bem como suas formas de enfrentamento.

Em um primeiro momento, distribuí cópias de um artigo intitulado "Alguns números sobre a violência contra a mulher no Brasil", disponível aqui. Fizemos uma leitura compartilhada e, em seguida, refletimos sobre o conteúdo informativo presente no texto. Observamos que os dados estatísticos são uma grande ferramenta argumentativa e, infelizmente, nos apresentavam, naquele contexto, um cenário crítico de uma violência sistematizada e direcionada a um único gênero, considerado mais fraco, o gênero feminino. Destaco, aqui, algumas das pesquisas citadas:


" Violência Sexual no Brasil
Em 2011, foram notificados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação ) do Ministério da Saúde 12.087 casos de estupro no Brasil, o que equivale a cerca de 23% do total registrado na polícia m 2012, conforme dados do Anuário 2013 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). 

Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil (Instituto Avon/Ipsos, 2011)

Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.
- Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência.
- 94% conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso.
- 52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema.

Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado (FPA/SESC, 2010)

- Cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos no país; 91% dos homens dizem considerar que “bater em mulher é errado em qualquer situação”.
- Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”.
- O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos reportados".

Assim, observamos que a violência contra a mulher salienta ainda mais a desigualdade entre os gêneros, sendo um deles oprimido e o outro opressor. Esse tipo de violência é ocasionado pelo machismo vigente que permite a constatação de casos como esses em que homens relacionam mulheres a objetos de posse e de submissão. Após esse momento de leitura e reflexão, informei que, naquela data, comemorávamos 8 anos da lei Maria da Penha e, por esse motivo, seria uma ótima oportunidade para conhecer melhor essa mulher que nomeia uma lei tão importante para o combate a violência contra a mulher. Assim, assistimos a um vídeo que fazia um breve percurso sobre a história da grande guerreira Maria da Penha



Após o vídeo, vimos campanhas sociais comprometidas com o combate à violência contra as mulheres, identificando os argumentos, os slogans, os veículos, entre outros elementos constitutivos do gênero:

 
A campanha acima apresenta uma série de estatísticas que revelam números assustadores sobre a violência contra a mulher. Ao final, convoca a população a denunciar casos como esses.

 
Essa campanha demonstrava que o percentual de agressões contra mulheres aumentavam na Inglaterra quando sua seleção perdia um jogo de Copa do Mundo.


Não se cale! Denuncie.


Em um outro momento, dispomos as cadeiras em duas fileiras, uma de frente para a outra e promovi um debate para desenvolver a argumentação, dessa vez na oralidade. A questão norteadora era "violência contra a mulher: o que podemos fazer para combatê-la?". Muitos alunos divergiam em suas opiniões, no entanto, buscavam se utilizar de argumentos, inclusive, os apresentados em sala de aula para fundamentar seus posicionamentos. 

Ao mediar o debate, não interferi no conteúdo das opiniões proferidas, mas chamava atenção para a importância de utilizar argumentos sólidos que pudessem ser facilmente observáveis e comprováveis pelo interlocutor. 

A experiência foi muito significativa uma vez que os alunos estavam se apropriando da língua em sua modalidade oral a partir do uso socialmente situado de um gênero também oral (debate) - tão pouco utilizado em sala de aula - compreendendo, dessa forma, sua funcionalidade e a aplicação real.




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